Amigos de quatro patas merecem mais do que vacinas 09.08.2010 Primeira rede de prestadores de cuidados de saúde para animais foi criada há um ano. AnimaDomus pretende eliminar burocracias e disponibilizar serviços de saúde, higiene e lazer aos animais de estimação através de mais de 100 parceiros.

Nem sempre é fácil suportar as despesas com o nosso cão no veterinário. E, embora os seguros de saúde para animais já existam há algum tempo, só há cerca de um ano é que apareceu em Portugal a primeira rede de prestadores de cuidados de saúde animal. A AnimaDomus já conta com mais de 100 parceiros e veio facilitar a vida dos donos, das clínicas, hospitais ou consultórios veterinários e, claro, dos amigos de quatro patas.

Na prática, a AnimaDomus «disponibiliza às seguradoras a criação de seguros inovadores de funcionamento em rede», explicou o director de marketing da empresa, Rodrigo Livreiro, à Agência Financeira. Portugal ainda não tinha um serviço deste género, mas já estava a precisar: «O mercado é bastante aliciante, porque existe muito para fazer a nível veterinário e em relação aos produtos e serviços para animais de companhia. Actualmente, o mercado é crescente quer no número de animais que existem, bem como no sentimento que as pessoas nutrem por eles», garantiu Rodrigo Livreiro.

Beneficiar de um seguro sem papéis à mistura.

Presente em todos os distritos do país, à excepção de Bragança, Beja e Açores, a AnimaDomus trabalha, para já, só com uma seguradora, a Groupama. E, no fundo, assume funções de intermediária entre a seguradora e o cliente.

O dono de um amigo de quatro patas tem o trabalho facilitado, sem papéis à mistura. Com o seguro SafePet disponibilizado pela Groupama o cliente «acede directamente às condições do seguro no processador [da rede Animadomus], sem ter de se preocupar com mais nada».

Ou seja, fica dispensado de enviar o recibo à seguradora e esperar pelo reembolso, «o que elimina muito toda a situação burocrática» que normalmente caracteriza este tipo de seguros. O cliente tem apenas de pagar os valores convencionados para cada tipo de serviço.

«Tenho as consultas mais baratas e os medicamentos mais baratos; se tiver qualquer azar de [o Jack] ser operado, não pago nada. Tenho pena de não ter aderido um bocadinho mais cedo, porque se o tivesse feito antes dos 4 anos dele, o seguro era válido para toda a vida. Assim dura só até aos 10 anos», apontou uma das tomadoras do seguro, Maria Antónia Pereira, dona de cão com seguro. Descontos em alimentação, hotéis para animais, banhos, tosquias e desparasitantes completam a lista dos serviços disponibilizados aos segurados.

E os veterinários, o que beneficiam com isto?

«Basicamente poder prestar mais um tipo de serviço aos clientes que estão à partida interessados em diminuir custos nos seus serviços veterinários», explicou à AF o director clínico do Hospital Veterinário de S. Bento, Henrique Armés. É, desta forma, uma «resposta ao que o mercado exige», até porque o próprio seguro «pode incentivar as idas ao veterinário». A pensar na saúde dos animais e na carteira dos donos Numa coisa, os responsáveis estão de acordo. Os donos estão cada vez mais «conscientes» e atentos «ao tipo de serviços que têm à sua disposição». São também mais exigentes, porque, afinal, os animais de estimação merecem mais do que ter as vacinas em dia.

Um seguro de saúde em rede «pode servir como amortecedor financeiro para as despesas que vamos tendo com os tratamentos e eventuais problemas que possam surgir depois, como uma cirurgia», admitiu Rui Martins, dono do pequeno Hanoi, um cão ainda sem seguro de saúde.

«O seguro poderá servir para cobrir essas despesas adicionais que são uma pequena fortuna». O Hanoi tem quem decida por ele o que é melhor para a sua saúde. E, contas feitas, o que é melhor para o bolso do próprio dono.

Entrevista à Agência Financeira – TVI – Vanessa Cruz – 09 de Agosto de 2010