Entrevista à Drª Ana Sofia Alves - Hospitais Veterinários Vasco da Gama e Forte da Casa, Lisboa 13.10.2011 Ao Hospital Veterinário Vasco da Gama veio juntar-se, desde Agosto, o do Forte da Casa. Como está a correr esta aposta em tempo de crise?
 
Acima de tudo, estamos mais próximos da população. Ao contrário do que muita gente pensa, a região [Póvoa de Santa Iria, Forte da Casa, Alverca, Vialonga e Vila Franca de Xira] não possuía um Hospital Veterinário 24 horas. Tínhamos imensa procura no Parque das Nações, pelo que isso justificava a aposta neste novo hospital.
 
O que é que o Hospital Veterinário do Forte da Casa apresenta de inovador?
 
Neste hospital, temos instalações maiores, melhores condições para animais internados, sendo que há uma separação efectiva entre cães e gatos. Depois, tal como no hospital da Expo, disponibilizamos um serviço de atendimento 24 horas e temos os meios de diagnóstico necessários.
 
Para além dos habituais animais de companhia, como cães e gatos, têm médicos especializados em animais exóticos. Há muita procura?
 
Nos últimos anos, sim. Há muita procura de animais exóticos, tartarugas, aves, hamsters. Não são só os donos de cães e gatos que recorrem a serviços veterinários. Cada vez mais as pessoas que optam por adoptar animais exóticos querem certificar-se de que está tudo bem com eles. E, por isso, precisam de recorrer a médicos especializados. E nós temos a vantagem de colaborar com esses colegas. Actualmente, temos dois veterinários mais especializados que se dedicam ao tratamento destes animais.
 
A que outras especialidades se dedicam?
 
Temos uma equipa de vários médicos de clínica geral residentes, mas disponibilizamos também novos serviços através do recurso a especialistas em diversos ramos, como oftalmologia, dermatologia e comportamento animal – área que, actualmente, tem imensa procura, uma vez que os donos têm cada vez menos tempo para os seus animais.
 
Quanto à oftalmologia, por exemplo, temos uma médica especializada. Frequentemente, os animais têm cataratas associadas à idade ou à diabetes, bem como úlceras na córnea, uma vez que os mais rasteiros facilmente batem com o focinho em obstáculos ou arranham os olhos. 
 
Para aqueles que têm patologias graves e/ou precisam de uma transfusão de sangue, podem recorrer ao vosso «banco». Como funciona?
 
Em primeiro lugar, ele foi criado devido à necessidade que temos de sangue, na medida em que, não raras vezes, tratamos animais politraumatizados.
 
O nosso primeiro dador é o Vasco, o nosso cão labrador. Entretanto, já outros cães entraram no circuito do banco de sangue. Temos cerca de sete, oito cães dadores, o que já é bastante em relação à procura.
 
Que requisitos tem de preencher um cão para que possa ser dador de sangue?
 
De facto, nem todos podem dar sangue. Devem ser animais saudáveis, adultos jovens. No caso dos cães, deverão ter mais de 20/25 quilos, com vacinação e desparasitação em dia e não serem portadores de algumas doenças, como a Leishmaniose ou a febre da carraça.
 
Antes de um animal dar sangue, nós procedemos a análises, para ver se há a possibilidade de serem mesmo dadores. É que há animais que, embora não tenham sintomas, podem ser portadores de doenças.