Centro Veterinário Quinta da Silvã, Torres Novas - Dr. Vasco Honrado Cardoso 17.07.2017 1 - O Dr. Vasco Honrado Cardoso aceitou há pouco tempo o desafio de liderar o Centro Veterinário Quinta da Silvã. Como tem corrido?
 
É verdade. Já cá trabalho quase desde a abertura, trabalho aqui há 12 anos. Este ano, surgiu a oportunidade de ficar à frente da clínica. Com a minha sócia, resolvemos embarcar numa aventura um bocadinho diferente.
 
Tem corrido tudo bem, com uma transição suave. Como eu já cá estava, a maior parte dos clientes está habituada já a ver-me aqui todos os dias. 
 
2 - Há alterações em vista?
 
Daqui a uns tempos, no final do verão, vamos fazer obras e alterar algumas coisas, já que as instalações estão um bocadinho datadas. As obras já estavam planeadas e, em termos de estrutura interna e organização do consultório haverá muito claramente uma mudança, até porque vamos fazer a passagem de consultório para clínica. Tudo começará com uma reorganização interna das salas. É um upgrade prioritário e, depois, avaliaremos se vale a pena fazer uma alteração de imagem, mas isso ainda não está definido.
 
 
3 - Como é constituída agora a equipa?
 
Neste momento, somos três pessoas: eu sou o veterinário; a minha sócia está a acabar o curso, estagiou connosco e entra daqui a mais uns meses, esteve a estagiar connosco; e a enfermeira Mariana, que já estava na equipa antes e mantém a ligação.
 
4 - Se nos dirigirmos ao consultório, que serviços podemos encontrar?
 
Para além das habituais consultas, fazemos pequenas cirurgias, raio-x, ecografias, dentária, tosquias. Não fazemos ortopedia, mas reencaminhamos para um colega aqui na zona, sem problema nenhum.
 
De resto, estamos a pensar em aprofundar mais o tratamento de pássaros, alguns répteis. Temos recebido até bastantes tartarugas, mas a grande fatia são cães e gatos. Gosto bastante de exóticos, mas na nossa zona é complicado dedicar-me só a isso.
 
5 - E a urgência, como funciona?
 
Em geral, por telefone, por chamada. Temos um contacto disponível 24 horas por dia, para fazer assistência. Vimos cá, eu moro relativamente perto. Desloco-me sempre que é necessário.
 
6 - Na vossa página de Facebook, podemos facilmente encontrar um vídeo de uma sessão de hidroterapia com um cão, o Gaspar. Em que casos se recorre a esta terapia? 
 
A enfermeira Mariana tem-se dedicado bastante à fisioterapia, tem muito gosto nesta área e temos feito o que as condições nos permitem. A auto-estimulação é importante em vários casos e temos vários pacientes a fazer sessões diárias e semanais. Este caso do vídeo é uma recuperação pós-cirurgica a hérnias discais. 
 
Normalmente, recorre-se à hidroterapia em pós-cirúrgico e também em animais mais velhos, já que com a idade começam a ter artroses. É muito importante que, apesar da idade, consigamos manter a massa muscular do animal. Caso contrário, pode perder mobilidade ou chegar mesmo ao ponto de não se mexer. A hidroterapia também é importante quando há algum dano que leva a uma imobilização prolongada, em pós-cirurgias ortopédicas, quando há fraturas... 
 
7 - Infelizmente, o centro do país foi fustigado recentemente por incêndios. Muitos animais morreram, outros sobreviveram, mas foram afetados... Há alguma recomendação importante a deixar às famílias, aos cuidadores?
 
Numa situação de perigo, se as pessoas conseguirem remover os animais tanto melhor, é o ideal. Quando em causa estão animais de grande porte, se não conseguirem removê-los, devem soltá-los, já que eles têm o instinto de fugir. Parece que houve o caso de uma cadelita que fugiu uns 50 km e foi encontrada com vida e devolvida à família. É um exemplo feliz.
 
Quando se trata de pequenos animais, devemos tentar procurar ar limpo, sarar pequenas queimaduras e molhar bastante o pêlo, o mais depressa possível. Muito cuidado também com a inalação de fumo. Convém que os animais sejam vistos por veterinários, porque provavelmente podem ter de fazer alguma terapia e medicação.