Entrevista Clínica Veterinária Mvet – Moita, Alhos Vedros e Poceirão 08.09.2016 Diz-se que a necessidade aguça o engenho e a MVet surgiu de uma situação especial, tendo-se tornado na obra do Dr. Miguel Caninhas. Fundada em 2003, já conta com três clínicas, a primeira na Moita e, depois, em Alhos Vedros e no Poceirão. Sinergias entre si e parcerias com outros são encaradas como mais-valias para este grupo que terá, em breve, um centro de reabilitação e acupuntura para os nosso animais de companhia. Com piscina e tudo!

Primeiro que tudo, como e quando surgiu a MVet?

A clínica da Moita foi criada em 2003, num contexto especial. Fui veterinário de grandes animais e pequenos animais no Alentejo, entre outras atividades e fui para a indústria, onde trabalhei vários anos. Incompatibilizei-me com o meu chefe e despedi-me. Vi-me a braços com um filho pequenino e não tinha trabalho. Desta situação surgiu a necessidade e a oportunidade de mercado. E aqui estamos, já com três clínicas, a da Moita é a “mãe” e tem 80% a 90% do equipamento.

Como se distribui a equipa?

Neste momento, na Moita, somos três veterinários e duas auxiliares. Em Alhos Vedros, uma auxiliar e dois veterinários e no Poceirão também. Normalmente, na Moita, fazemos cirurgias de manhã, entre as 8h e as 11h, sendo o nosso horário de abertura ao público das 11h às 13h e das 15h às 20h. Ao sábado, entre as 10h-13h e as 15h-17h.

E as urgências?

Como já fomos assaltados há uns anos e como sou o único homem entre senhoras, fazemos urgências locais até à meia-noite. Está sempre alguém de plantão e ao fim de alguns minutos chega à clínica. A partir dessa hora, e até às 08:00, temos acordo com um hospital próximo, no Barreiro, onde os nossos clientes têm um atendimento preferencial. Essa unidade hospitalar faz as nossas urgências e, de manhã, referencia e reencaminha-nos os animais.

Encara a concorrência como parceira e não como rival?

Sim, um cliente satisfeito é bom para todos, é fundamental. Se tivermos valências diferentes não somos concorrentes. Defendo que devemos ir ao veterinário ali ao pé de casa, até porque deve ser alguém que conheça o nosso meio ambiente. Daqui a 10 ou 15 km pode haver a prevalência de determinadas epidemias e o ambiente socio-cultural ser diferente, daí que é preciso alguém que conheça verdadeiramente as zonas, as pessoas e o meio ambiente para perceber que impacto determinadas epidemias ou escolhas podem ter para o bem-estar dos animais de companhia. Dentro do nosso corpo clínico, fornecemos um serviço abrangente, sendo que eu, por exemplo, faço mais cirurgia, outros colegas ortopedia, dentária, acupuntura, etc.

Acupuntura? É uma área também de valor na medicina veterinária?

Sim,estamos inclusive a construir um centro de reabilitação e acupuntura, com piscina e tudo aquilo que é essencial para uma rápida recuperação e bem-estar dos animais. O objetivo é que esteja a funcionar no início do próximo ano. É a nossa prioridade mais urgente. De resto, investimos na modernização: no final do ano passado avançámos com raio-x digital, temos melhorado os meios de diagnóstico, desde o ecógrafo, ao medidor de pressão arterial e uma sala cirurgia bem equipada, só para dar alguns exemplos.

Com projetos para o futuro, como olha para o passado? E para a sociedade, na forma como encara o bem-estar dos animais?

O balanço é positivo. Notamos que as pessoas estão cada vez mais a tratar melhor animais de companhia. O cliente também evoluiu, é mais preocupado, pensa na prevenção, mais do que em apagar o fogo, em ir à clínica só em SOS. Ao mesmo tempo que fazemos o trabalho de educação dos clientes, vamos notando que também apreenderam. Notamos a diferença com o segundo e o terceiro cão. E nós queremos que comecem a valorizar não só as vacinas, mas o check-up anual. As vacinas são apenas uma parte da ida ao consultório, são um complemento.

Já agora, no regresso das férias, há algum cuidado especial a ter com os animais?

Nesta altura de verão, muito importante sempre são os eco parasitas, é preciso ter bastante cuidado, reforçar a prevenção. A profilaxia desses programas antiparasitários é extremamente importante, é o conselho fundamental, bem como a vigilância sobre os cardíacos por causa das diferenças térmicas.