ENTREVISTA: Cão de Loiça - Clínica Veterinária da Linha, Dr. João Piçarra 21.06.2016 O nome é curioso e original, bem como a página desta clínica na Internet, onde consta a fotografia da animadora social da equipa, a Bella. Uma cocker que é a mascote da família. Família, sim, porque esta é uma clínica de bairro, onde invariavelmente se criam laços com os animais e com os seus donos. A Cão de Loiça está a crescer com projetos na manga e uma equipa multidisciplinar, que se diferencia nas áreas da imagiologia, oftalmologia, cirurgia de tecidos moles, medicina felina e animais exóticos. Conheça-a e, muita atenção: nada de 'partir' o cão à entrada.

Primeiro que tudo, o nome: porquê Cão de Loiça?

Já tínhamos uma empresa de serviços veterinários com essa designação, antes deste novo projeto. É uma designação meio relaxada, com piada, mas quando decidimos abrir a clínica a empresa de imagem disse que seria até o melhor nome. Não só porque se diferencia e fica no ouvido, mas porque transmite, ao mesmo tempo, cuidado. Toda a gente tem algum carinho pelo cão de loiça, sabe que tem de ser bem tratado, senão parte. Faz parte da memória coletiva dos portugueses e toda a gente tem um na família. Com os animais de companhia, é a mesma coisa, precisamos de cuidados recobrados para que cresçam bem e saudáveis.

E a clínica surgiu quando, então?

Prestávamos serviços veterinários há 10 anos e abrimos a clínica só em outubro de 2014. Até ali, trabalhávamos em Cascais, para outra clínica. Eu sempre trabalhei em várias, sobretudo com animais exóticos, em consultas de referência. Já tínhamos clientes em Cascais, mais ou menos perto da Parede. Quando surgiu, passou a ser a clínica do bairro.

A equipa conta com um membro especial, a 'animadora social', como é designada no site, não é verdade?

Somos três veterinários, uma enfermeira, uma tosquiadora e a Bella. É uma cadela bem disposta, uma mascote e, de facto, anima um bocado. Ela vem para a clínica quando sabemos que não vai haver imenso trabalho, em média pelo menos uma vez por semana.

Entre os serviços habituais prestados pelas clínicas, há alguma especialidade em particular em que se diferenciem?

Tentamos dedicar-nos, cada um, mais à sua área: eu com os animais exótivos, imagiologia, ecografia, cirurgia de tecidos moles. A Patrícia Branco, mais em oftalmologia. A Lia Ribeiro dedica-se mais à medicina felina e tecidos moles. Vamos todos cooperando um pouco e iniciámos outra vertente, as endoscopias.

O vosso site tem, igualmente, uma área dedicada às histórias que vão marcando a clínica e o vosso trabalho. Alguma que tenha marcado particularmente?

Há muitas. Há clientes que conhecemos há bastante tempo e há uma ligação. Os animais são parte da família, pelo que há muitas emoções que são sentidas como tal. O nosso papel não é criar laços, mas acabamos sempre por criar. Há animais especialmente simpáticos, até para nós, que somos os médicos. E o site é o espelho da nossa filosofia: comunicar com os donos, não é andar a pôr-nos em bicos de pés, nem a complicar aquilo que pode ser simples. Toda esta área da veterinária é muito sentimental e emocional. As pessoas querem ver bem os seus animais não por eles valerem dinheiro, mas porque gostam deles. Temos de lutar e tentar que sejam todos felizes e saudáveis.

Há algum outro projeto em vista para um futuro próximo?

Projetamos aumentar um pouco a equipa e evoluir tecnicamente, com investimentos em aparelhos. É por aí, um passo de cada vez. Começámos na altura da crise, mas também já tínhamos acabado o curso na altura da crise, ainda não tinha vindo o FMI. Estamos habituados a conviver com isso, adaptámos a vida profissional. Certo é que o balanço é positivo, está a corresponder, em termos de negócio, perfeitamente às expectativas ou até a superá-las.