Entrevista: Drª Ana Santos - Centro Veterinário Vale das Flores, em Coimbra 16.06.2015 “Queremos ser o médico de família”. É com este espírito que o Centro Veterinário Vale das Flores trabalha. Na cidade dos estudantes, muitos têm animais de companhia. A Drª Ana Santos conta-nos isso e muito mais: quais as parcerias que coloca em prática para promover um melhor serviço – clínico, de proximidade e de responsabilidade social – e dá ainda alguns conselhos a quem costuma levar os cães até à praia...

Estão localizados em Coimbra, a cidade dos estudantes. Regra geral, eles têm animais de companhia?

Sim, muitos têm . Aliás, um terço dos nossos clientes, talvez, são jovens: ou estudantes, ou que acabaram há pouco tempo a licenciatura.

Têm mais cães ou mais gatos?

A distribuição é praticamente 50/50. Entre os cães, predominam muito mais os de raça pequena, que vivem melhor em apartamentos. Já os estudantes ou jovens que possuem cães de porte grande, desses, quase todos são labradores. É uma diferença interessante, a que existe entre os grandes centros e os meios mais rurais e periferia do distrito. Aí, cerca de 60% das pessoas têm cães.

Quais são os serviços que o Centro Veterinário Vale das Flores oferece aos animais de companhia?

Estamos na zona da Casa Branca, na proximidade do Vale das Flores. Daí o nosso nome. Fornecemos serviços de vacinação, desparasitação, microchip, análises gerais, cirurgias, entre outros. Em determinadas ocasiões, sempre que se justifica, recorremos a colegas nossos, acompanhando o animal nesse tratamento.

As parcerias são uma realidade cada vez maior no setor?

Sim. A área da veterinária é tão extensa, que nenhum veterinário vai ser muito bom a fazer tudo. Cada vez mais temos de pensar que não estamos sozinhos. Não se trata de roubar clientes. Trata-se de garantir o melhor para a saúde do animal. Quando recorro à ajuda de colegas, às vezes até vou com o animal e depois ele volta para o nosso centro para continuar o tratamento. Eu fico contente porque o caso ficou resolvido, o meu colega também porque pôde colaborar e o dono fica igualmente satisfeito, porque o caso foi bem sucedido, graças à competência dos profissionais. Importa agir sempre em prol do animal.

Para além do serviço de urgência, também é possível efetuar marcações pela Internet ou colocar dúvidas. Como se processam estes serviços?

A urgência funciona por chamada telefónica. A nossa equipa é compostapor três pessoas - duas veterinárias (eu própria e a Drª Patrícia Santos) e uma enfermeira veterinária (Maria João Passos), sempre ao dispor.

A nossa página na Internet permite efetuar pré-marcação de consultas e, depois, nós contactamos os clientes para confirmar a disponibilidade e agendar a data. Também é uma funcionalidade utilizada para esclarecimento de dúvidas, orçamentos para cirurgia, etc. É, igualmente, uma forma quebrar o gelo e de um acompanhamento à distância.

Que outras formas utilizam para manter essa proximidade com os clientes?

Queremos ser o médico de família, conhecer bem os animais e acompanhá-los durante a sua vida. O veterinário não deve ser frio e distante. Somos um amigo. Estamos aqui para, em conjunto com os donos e com a medicina, dar ao animal a melhor saúde possível. Essa proximidade e empatia criam-se presencialmente, nas consultas, mas também através do Facebook, por exemplo. Os nossos clientes colocam fotos dos seus animais de companhia e identificam-nos. Nós também partilhamos as ‘caras’ do nosso trabalho, que são eles. Por outro lado, promovemos peddy-papers com os clientes e convívios, ao mesmo tempo que colaboramos com algumas associações de animais.

Com estas temperaturas de verão que se têm feito sentir, muitas pessoas começam a ir à praia e, para aquelas que autorizam, vão acompanhados dos seus cães. Deverão ter algum cuidado em especial?

É super importante que o cão seja protegido contra pulgas e carraças. A praia é um local de contágio. Para além disso, se o cão mergulhar na água, tal como nós retiramos o sal do nosso corpo, também devemos fazê-lo ao dele. E mesmo que o animal não vá ao mar, no regresso a casa devemos passá-lo por água para retirar o sal da pele. Caso contrário, no dia seguinte pode ficar com dermatites e comichões.