A Vida do Gato 12.04.2012

Chegou o momento por que todos esperavam: a bola de pêlo está prestes a entrar pela porta lá de casa e a ansiedade é grande.

 

Se o novo membro da família é um gatinho bebé, por mais ansiedade que a família sintam em pegar nele e «apertá-lo» de tão fofo que é, é preciso ter calma. É natural que o gatinho sinta medo e se mostre assustado porque acabou de deixar para trás a sua mãe e irmãos.

 

Para lhe ser transmitida segurança, nada como começar por acolhê-lo numa caixa própria, espaçosa e arejada, de forma que a viagem até casa seja agradável e, se possível, rápida. Tudo para que o seu novo amigo não fique stressado e estranhe o ambiente que o rodeia.

 

Na chegada a casa, um ambiente acolhedor e pessoas que transmitam calma e gentileza facilitam logo a adaptação do gatinho. Deverá mostrar-lhe logo onde fica a caixinha com a areia onde pode aliviar as suas necessidades. Ele rapidamente vai perceber.

 

Não há nenhuma regra cimeira, nenhum truque que garanta o êxito do primeiro contacto entre o gatinho e a família. Tudo se processa naturalmente desde que haja muito amor e alguma paciência.

 

Agora, se quer jogar pelo seguro, pensando no que é melhor para o seu gato, porque não experimentar ter dois? É que um faz companhia ao outro, para brincar e para dormir, pelo que nenhum deles se sentirá desprotegido, mesmo se os donos não estiverem por perto. Dois gatos juntos dão garantias de menor trabalho e, como são animais mais independentes e que implicam menos gastos, do que por exemplo, os cães, ter dois gatinhos juntos pode ser uma boa opção.

 

Claro que mesmo assim eles poderão estranhar um pouco a nova casa. Há que estar atento a alguns sinais: por exemplo, comerem pouco (por isso deixe sempre «à mão» uma taça com leite) e miarem muito num tom de choro por sentirem falta da mãe e da ninhada. Mas com carinho e dedicação a dobrar nos primeiros dias e com um ambiente acolhedor, eles vão render-se aos seus encantos a aos encantos da sua família; vão sentir-se seguros e protegidos.

 

Gatinhos bebés choram mais durante a noite, dando sinal de que a barriga começa a dar horas. Por isso, certifique-se de que comeram bem antes de dormir, para que haja uma menor probabilidade de acordarem de madrugada, perturbando o seu sono. Também aqui ter um segundo gatinho pode ser uma ajuda preciosa, porque fazem companhia um ao outro e as duas bolas de pêlo acabam por adormecer.

 

E se já tiver um gato em casa e quiser dar-lhe uma companhia? Ficam aqui algumas dicas para que o primeiro contacto entre os dois felinos corra sem grandes percalços:

 

-  Coloque perto do gato senhor da casa um cobertor ou toalha que já tenha sido usado(a) pelo novo gatinho, para que ele se habitue primeiro, e antes de o conhecer, ao seu cheiro e não estranhe mais tarde a sua presença;

 

-  Cada um deles deverá aperceber-se aos poucos que há outro animal lá em casa; por isso, não os apresente assim que o novo elemento chega a casa;

 

-  Uma medida de prevenção importante é que tenham, os dois, as unhas cortadas antes de se conhecerem, para evitar que soltem as garras quer por brincadeira quer por o gato já da casa encarado com algumas reticências a presença do «intruso»;

 

-  Trate-os de igual forma; embora pense que o novo elemento precisa de uma atenção e cuidados extra, não deve descurar a dedicação que o outro gato também merece. Para que percebam que terão de dividir o espaço e os mimos, terão de ser os donos a mostrar que o amor que nutrem por eles é também em partes iguais;

 

-  Se o novo elemento for um gatinho bebé e o que já é dono e senhor da casa for um gato adulto, tanto melhor, porque assim este poderá assumir-se como pai ou mãe do filhote, contribuindo para a sua educação. E dar-se-ão certamente melhor um com o outro, do que se fosse o caso de o novo elemento ser também um adulto. Aí a disputa pelo território seria com certeza maior.

 

Se tiver outro animal que não um gato (por exemplo um cão), adopte os mesmos procedimentos. É um mito que cães e gatos não se possam dar bem. Muitas vezes os cães mais velhos acabam por apadrinhar os gatinhos mais novos e indefesos com o mesmo carinho que sentiriam por cachorros.

 

 

Juventude e Vida Adulta: energia e personalidade

 

Um gato jovem ainda enche o peito para a brincadeira, isto é, ainda tem muita energia e entra com facilidade nos joguinhos do «atira a bola que eu vou apanhar com todo o gosto».

 

Se lhe dermos liberdade para saltar para os móveis, frigorífico ou até para cima da televisão, ficam todos felizes e ficam com o caminho livre para algumas traquinices. São atitudes próprias de um adolescente e os gatos são peritos em provocar os seus donos: desde arranhar os sofás ou as cortinas até se esconderem em sítios bem apertados como gavetas, prateleiras e tupperwears!

 

Mas nada como a idade para atingir um maior equilíbrio comportamental: os gatos jovens já dão sinais claros de que querem ir passear ou que querem comer, miando e roçando-se nos donos até eles cederem. Nem que para isso tenham de andar atrás deles pela casa toda.

 

Com alguma autoridade, os donos conseguirão levá-los a perceberem o que é certo e o que é errado; no fundo, até onde podem ir as asneiras.

 

Quando se tornam mais adultos, a tendência é para que fiquem mais obedientes e mais calmos. São também mais autónomos e não precisam da nossa ajuda para se defenderem.

 

E a preguiça que também os caracteriza e as horinhas de sono da praxe? Essas continuam sempre!

 

O Gato Sénior: dorminhoco, mas não menos atento!


Os gatos podem viver durante muito tempo e com qualidade. Por volta dos 10 anos passam a ser gatos seniores. Implicará isso mais cuidados médicos, outra alimentação, ou será a mesma coisa?


O envelhecimento dos gatos é semelhante ao das pessoas e, por isso, nunca são de menos as visitas regulares ao médico para ver se a «máquina» está a funcionar em condições.


Nesta fase da vida, os gatos começam a perder massa muscular e ganham mais gordura em todo o corpo. Se os donos não forem cuidadosos, ganham peso num abrir e fechar de olhos! Em qualquer idade, os gatos têm tendência para dormir muito (até 16 horas por dia) e são preguiçosos, pelo que lhe cabe a si dosear aquilo que ele come. Sempre tendo em conta que vida de gato, sobretudo vida de gato caseiro, é sempre uma vida um pouco sedentária.


Deste modo, opte por comidas com baixo valor calórico e com menos proteínas. A roda dos alimentos de um gato idoso deve incluir sobretudo vitaminas e minerais.


Como reconhecer os sinais de que o seu gato está a ficar mais velhote? Se for incapaz de saltar para cima de móveis que antes eram um alvo bastante fácil, se passar a andar num ritmo mais lento e se dormir (ainda) mais do que antes, isso quer dizer que o seu pequeno amigo já entrou na velhice.


Fazendo contas à vida, 14 anos é a média da longevidade actual de um gato, mas tudo aponta para que aumente nos próximos anos, porque já existem muitos felinos a chegar à barreira dos 20 anos. E com saúde e bom sentido de alerta.
Para uma vida longa nada como ter uma boa genética, a devida assistência veterinária, uma boa alimentação e um meio ambiente onde os gatos se sintam seguros e protegidos. E, claro, o amor e dedicação dos donos fazem o resto. Quilos de mimo podem, afinal, fazer a diferença!