Dicas & Utilidades - Como escolher um Cão 14.04.2011 Como Escolher um Cão

Um amigo, um companheiro, um guarda. O cão é considerado o melhor amigo do homem. E se gostava de adoptar um, vai ser difícil escolher. Há cães para todos os gostos e feitios: de pequeno, médio ou grande porte, mais selvagens ou mais domésticos, brincalhões ou pachorrentos. Como escolher um?

Antes de mais, este é um acto de carinho. O novo membro da família vai fazer parte dela por muito tempo e a primeira questão é reflectir sobre o porquê de ter um cão.

Se é sobretudo para ter uma companhia, nada como avaliar que tipo de companhia quer:

- Um cão tranquilo, traquina, enérgico, pequeno, médio, grande? E o novo amigo vai fazer parte de uma família composta só por adultos, ou também por idosos e/ou crianças?
- Um cão de guarda, para estar alerta em caso de alarme ou para ser seu guarda-costas?
- Um cão para pastoreio ou para o campo? Que ambiente e condições terá para o seu novo amigo e com que animais vai ele lidar?
- Ou quer simplesmente um novo amigo, porque simplesmente adora animais?

Macho ou fêmea?

Os machos costumam ser mais independentes em relação ao dono e senhores do seu nariz no que toca ao território que julgam ser o seu. Tendencialmente com um porte maior, no entanto atingem a maturidade mais tarde do que as fêmeas.

Um cão não entra na fase do cio como uma cadela; na verdade está sempre pronto a acasalar. Não perde sangue, como as fêmeas, mas, por outro lado, urina com mais abundância em diversos locais para marcar território.

As fêmeas são mais submissas aos donos, mais sociáveis e apegadas às pessoas. Costumam ter um porte menor e entram na fase do cio duas vezes por ano, durante cerca de 25 dias.

Cachorro ou adulto?

Feita a lista de diferenças entre os vários tipos de cães e entre os seus sexos, o passo seguinte é perceber se gostava de ter um cachorro ou um cão adulto. Neste processo de escolha é essencial saber, pelo menos as informações básicas sobre a raça, tipo de cão e idade.

Os cachorros precisam de muita dedicação, sobretudo no primeiro ano de vida. E estão perfeitamente adequados a donos enérgicos e com tempo livre para educar o pequeno aprendiz.

Tal como acontece com um filho bebé, também com um cachorro é preciso ter paciência e muita atenção para que se desenvolva dentro dos parâmetros normais. O dono deve investir parte do seu tempo na educação do cachorro para que ele desenvolva um carácter equilibrado, seja sociável e não constitua qualquer tipo de perigo para a sociedade no futuro.

E, mais uma vez como se de um filho de tratasse, assistir ao crescimento de um cão é uma experiência formidável. Desde as brincadeiras às peripécias mais caricatas, aos períodos de doença ou de algum sufoco, o nosso cão mostra-nos como a vida é feita de coisas boas e más, mas com o que de bom acontece claramente sai a ganhar.

Se quiser adoptar um cachorro, o ideal é conhecer os pais do futuro membro da família. É que ele vai herdar certamente muitas das características dos seus progenitores: as boas e as más. Por isso, se tiver oportunidade de ver como é que os cães se comportam na ninhada, tanto melhor.

Este é o primeiro contacto que tem com o filhote e pode ser bastante revelador. Há cães que são, logo à partida, dominantes no grupo: estão sempre a lutar com os irmãos ou a roubar os seus brinquedos. E isso quer dizer que precisarão de regras apertadas de educação e, por outro lado, significa que serão excelentes cães de protecção ou com maiores apetências para actividades desportivas.

Depois, há aqueles de comportamento intermédio, cães ideais para donos com pouca experiência, porque são mais fáceis de educar. São os que, durante uma brincadeira, não fazem tanto por dominar os irmãos e não ficam assim tão chateados se perdem um brinquedo.

Há ainda os mais tímidos, normalmente os mais cobiçados, porque as pessoas sentem pena dos cachorrinhos que estão lá mais ao canto da ninhada, sem entrarem em guerras por brinquedos ou por atenção, e que parecem mais desprotegidos. Mas são os que, porventura, requerem mais atenção por parte dos donos, no sentido de investirem na sua socialização. Precisam de ter contacto com várias situações e pessoas, para se adaptarem ao meio. Caso contrário, podem adoptar uma postura de defesa e morder outros animais ou pessoas, por puro medo. São, no entanto, bons cães de guarda. É que por serem inseguros estão sempre alerta.

Mas se, em consciência, percebemos que não temos tempo, paciência e alguma experiência ou vontade de acompanhar e educar um cachorro, porque não pensar em adoptar um cão adulto?

Esta pode ser uma boa opção, em primeiro lugar porque podemos estar a salvar a vida de um cão que esteja a perecer num canil. E podemos ainda contribuir para que um outro cão possa deixar a rua e ser acolhido, ainda que numa primeira fase e até encontrar uma família, por esse mesmo canil.

Depois, os cães adultos já são mais educados, compreendem mais rápido e agem em conformidade quando os donos lhes pedem alguma coisa. São por isso, mais obedientes e sabem que devem aceitar as regras da casa.

Também no que toca às suas necessidades fisiológicas os cães adultos já são, espera-se, bem comportados. E, pela idade que têm são, à partida, mais equilibrados, pelo que aquela fase de andar pela casa a roer sapatos já fará parte do passado.

Já não são tão enérgicos, nem precisam de atenção permanente como os cães mais novos, pelo que podem passar mais horas sozinhos sem que se sintam tão deprimidos.

Se vamos de férias, até nas mais improvisadas, com passeios selvagens pelo meio, eles acompanham-nos para todo o lado porque já têm uma forma física mais consolidada.

E, muito importante, não chateiam os donos durante a noite, porque já não precisam de tantos cuidados como os cachorros e adaptam-se facilmente aos horários da família.

Um cão adulto, quando adoptado, fica eternamente grato à família que o acolhe e, por isso, dedica-lhe muitas lambidelas de carinho. Isso não vale por tudo?

Seniores e cães sem raça definida: uma adopção consciente

Os cães sem raça definida são únicos e têm menos tendência para desenvolver doenças genéticas, comuns em determinadas raças puras. Ter um cão destes é uma raça mística original. São cães como os outros em termos comportamentais; destacam-se sim pelas características físicas: são de uma beleza que não encontra certamente igual exemplar.

Os cães seniores exigem menos tempo e sentido de alerta desde o primeiro dia, já que a maioria deles passou por outros lares e tem consciência do que está certo e do que está errado.
Muitos já sabem que devem pedir para ir à rua e todos eles passaram já pelas fases complicadas de crescimento. Mais: o amigo que temos à nossa frente será como o vemos para sempre, física e temperamentalmente. Não nos causará surpresas desagradáveis. É um cão fiel como os outros, mas mais calmo e, no que toca a amor e dedicação, não desilude em nada a sua espécie. Bem pelo contrário.