Entrevista com a Dr.ª Cláudia Carpinteiro, da Clínica Veterinária Animais da Serra, em Almoçageme, Colares - Sintra 09.10.2014

A Clínica Veterinária Animais da Serra presta os habituais cuidados aos animais de companhia, tendo também como especialidades a ecografia e a acupuntura. Outra mais-valia é o carro de serviço, dedicado ao transporte dos animais cujos donos não têm tempo para se deslocar ao veterinário. Nesta rentrée, especial atenção também para os conselhos da Dr.ª Cláudia Carpinteiro sobre a importância de as crianças aprenderem, logo nas escolas, a cuidar, respeitar e amar os animais. Um diálogo franco e de responsabilidade...

Quais os serviços que os clientes poderão encontrar na Clínica Veterinária Animais da Serra?

Desde 2005 que a nossa equipa de quatro pessoas se dedica aos habituais cuidados com animais de companhia (como a vacinação, desparasitação e cirurgia ortopédica, por exemplo), mas estamos igualmente muito empenhados nos serviços de ecografia e acupuntura.

As terapias de acupuntura têm resultado nos cães e gatos?

Sim. Alguns deles respondem mesmo muito bem. Resultam principalmente nos problemas de dor crónica, de prurido crónico e no caso das hérnias discais.  

Como clínica de proximidade, que outro tipo de serviços oferecem?

Temos o carro da clínica que vai buscar e levar os animais a casa, depois de observados aqui. A nossa auxiliar, a Raquel, tem essa tarefa e tem sido muito bem recebida pelos nossos clientes. É um serviço muito cómodo para muita gente. Também fazemos serviços mesmo ao domicílio, mas a regra é irmos buscar os animais para proceder aos tratamento e realizar os exames necessários na clínica, porque aqui temos todas as condições e podemos fazê-lo com calma e ajuda de toda a equipa.

E no que toca ao serviço de urgência?

Funciona por telefone. Assim que os clientes ligam, eu ou alguém da equipa vem ver o que se passa. E, muitas vezes, por uma questão de segurança, é melhor não tentar resolver o problema por telefone, a menos que o dono se responsabilize e não tome os sintomas do animal como graves.

O Presidente da República já promulgou o diploma que criminaliza os maus tratos e o abandono dos animais. Como comenta?

Já vem tarde, mas sempre é um primeiro passo. De qualquer modo, há muita coisa a fazer, e deparamo-nos com muitas barreiras culturais, como é o caso das touradas ou dos circos. Considero que é preciso existir trabalho de cidadania nas escolas: as crianças não se podem tornar  adultos que vão buscar um cão no Natal, como presente, para o abandonarem no Verão. Há muitas pessoas que compram cães ou adotam-nos como se fossem objetos que podem descartar como se de uma cadeira se tratasse.

Entende que os médicos veterinários poderão ter um papel ativo e direto a desempenhar nas escolas?

Sou a favor do diálogo logo com veterinários locais, gratuitamente, para falarem com as crianças sobre o bem estar dos animais. Fazê-las entender que não são objetos nem brinquedos, que só tem um animal de companhia quem pode, quem tiver tempo, responsabilidade e sensibilidade. E embora eu defenda que estas ações de sensibilização devam ocorrer sobretudo a partir da escola primária, já combinei com a educadora do meu filho, que tem quatro anos, para, durante este ano letivo, ir pelo menos uma vez à escola dele conversar com os mais pequenos. As crianças têm de perceber que os animais são ótimos companheiros de brincadeira, mas também há responsabilidades associadas, como dar a comida, limpar, passear - coisas chatas que las próprias têm de fazer e não gostam, como cortar as unhas ou limparem os ouvidos.